Um novo partido?…

É possível que um novo partido esteja prestes a nascer. Ambicioso, altamente intelectual. Seu objetivo a médio e longo prazo não é outro senão extirpar a elite brasileira e inaugurar um novo capítulo na história deste país. O objetivo a curto prazo é o de formação teórica. Para isso, é preciso um professor.

Um partido seguidor de um professor, para a educação dos quadros de um partido, seus intelectuais, militantes, revolucionários, governantes, agentes das mais diversas áreas diretas e paralelas à política… Gramsci escreve que a relação professor – aluno deveria deixar de ser um fato pessoal, como o é no meio acadêmico, para se tornar uma função orgânica (como, por exemplo, nos seminários).

Tenho observado que, dentre os partidos de esquerda (os de direita são todos pérfidos), vários grandes problemas se apresentam:

1) Os quadros não possuem formação em torno da teoria revolucionária e marxista. A perspectiva de política deles é limitada. Resumem-se a políticas públicas. É pouco. Quando muito, reformas, mas não conseguem maioria para elas; mesmo se conseguissem, a solução não está nas reformas.

2) É pequeno o número de quadros que, mesmo não tendo a formação na teoria, passam a ler teoria na bibliografia marxista; quando o fazem, já é um pouco tarde, não por causa da idade, mas porque já estão no sistema. Problema de origem do partido e dos quadros.

3) Os partidos revolucionários estão numa crise histórica, não consequem se renovar ou crescer. A burocracia os corrompe e empaca. Ademais, suas principais estratégias de organização e conscientização ficaram para trás com o modelo fordista. A esquerda grande só pensa em eleições, tem ojeriza da teoria, suas pautas se mostraram insuficientes contra o capitalismo.

4) O problema central é não conseguir maioria nunca. A partir disso, a única saída das esquerdas tem sido ir apanhar nas ruas. É pouco.

5) A esquerda tem se educado para resistir. Se puder, resiste eternamente, enquanto a direita põe as cartas na mesa. O objetivo precisa ser dedicar-se para governar.

Um partido que possa de fato partir da teoria para a prática e vice-versa. Que leve à implantação do “moderno Príncipe” de que falava Gramsci, e de seus intelectuais orgânicos, Lênin, Florestan Fernandes, Caio Prado Júnior e outros.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *