Comento em determinada notícia que a ideologia neoliberal tem feito chamarem trabalhadores de “colaboradores” para escamotear o controle autocrático dos espaços capitalistas de trabalho e o roubo econômico da mais-valia (ou mais-valor).
Entre as respostas, fiz questão de anotar duas, por conta do nível de comicidade:
Um sujeito que começa a desferir ataques pessoais e a defender o capitalismo. Entro no perfil. Parece que é locatário de um galpãozinho numa cidade onde Judas perdeu as meias. O ignorante de si deve ter aberto um pequeno negócio, ter alguns funcionários e, sem ser dono do galpão nem do terreno, acha-se pertencente à classe dominante…
Uma mulher de meia idade a digitar: “Mais valia? Atualiza a bibliografia, colega!” (sic) Antes de minha réplica de que, sim, horas trabalhadas não remuneradas continuam vigentes sob o capital contemporâneo e que a diferença entre o valor produzido pelo trabalho e o valor pago pela burguesia faz parte da própria essência capitalista, entro no perfil da caricata da piada pronta que pede atualização bibliográfica e vejo várias fotos suas numa igreja católica neogótica, falando num púlpito com uma bíblia gigante! Enquanto trato de teoria econômica moderna, a “colega” do compêndio misógino sem exegese crítica está atrasada pelo menos uns dois mil anos.
É cada uma…