Fernando Graça lê esta obra que é um marco da filosofia brasileira, Consciência e Realidade Nacional, de Álvaro Vieira Pinto (de longe, o maior filósofo brasileiro), enquanto elabora o seu grupo político de formação teórico-prática em Filosofia, Economia Política, Socialismo e outros. Esta empreitada, inédita, de ler Consciência e Realidade Nacional pretende resgatar o autor e seu livro seminal, que entraram em ostracismo com a ditadura empresarial-militar que o perseguiu, cassou e exilou. Dividida em dois volumes – “A Consciência Ingênua”, publicado em 1960, e “A Consciência Crítica”, publicado em 1961 -, expõe criticamente, com base nas concepções do materialismo histórico, filosófico e dialético, as causas do nosso subdesenvolvimento e desenvolvimento, as forças sociais de avanço e regressão no Brasil, reivindicando transformações profundas e revolução social, econômica e política. Conceitua duas consciências principais formadas pela realidade e em relação dialética com esta: aquela que não é ciente do que causa nossa realidade e subdesenvolvimento, sendo esta a consciência ingênua; e a consciência crítica, aquela que, ciente dos motivos e causas que formam e mantém a realidade brasileira, busca mudá-la. O livro também traz um debate muito caro ao Brasil e à América Latina ainda hoje: o que é mais determinante, os conflitos internos das lutas de classes nacionais ou as lutas de classes brasileiras em relação ao capital hegemônico da classe dominante estrangeira?
1° Volume: A Consciência Ingênua
INTRODUÇÃO
Introdução
1 – CONSCIÊNCIA E SOCIEDADE
a) Consciência privada e consciência coletiva
b) As modalidades da consciência
c) Necessário condicionamento de todo ponto-de-vista
d) As ideias da comunidade
2 – CONSCIÊNCIA IDEOLÓGICA E DESENVOLVIMENTO